'Grelha de habitação'
Bernardo Araújo, Éder Andrés, Isabel Brant, Mateus Andreatta e Thiago Campos, orientados pela professora Maria Lúcia Malard, planejaram três tipos de construção, em metal ou concreto, dependendo do custo. A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de "grelha de habitação". A estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas, chamadas de "lotes aéreos", onde seriam construídas as casas. O espaço contaria com praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
Adaptação à topografia das favelas
"O projeto pode ser adaptado à topografia dessas favelas nas cidades. O importante é que estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade", conta Isabel. Segundoa estudante, com o aproveitamento dos espaços, que prevê melhorias das ocupações e dos serviços público prestados à comunidade, além de oferta de empregos para os moradores, a tendência é haver uma redução também nos índices de criminalidade. "Com essas mudanças, o cidadão ganha espaço organizado para viver e o estado se faz presente. É uma das premissas para combater o crime e melhorar a atuação das forças de repressão".
No espaço urbanizado, a estrutura da grelha seria dotada de sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer. O objeto do estudo foi o aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte. De acordo com Isabel Brant, a favela foi escolhida porque é um ambiente com diversos problemas, servindo de referência para adaptações em outras localidades onde a ocupação é caótica. Com o trabalho, o grupo foi finalista no concurso da International Federation for Housing and Planning (IFHP), uma das entidades mais respeitadas do mundo na área de arquitetura e urbanismo. Em setembro, eles estiveram no congresso da IFHP em Copenhague, na Dinamarca, e receberam menção honrosa da entidade pelo projeto “Uma microcomunidade resolvendo problemas globais”.
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