Estudantes de arquitetura da UFMG propõem melhor uso das áreas de encostas. Estudo prevê espaços de lazer, produção de energia e redução de criminalidade
O governador Sérgio Cabral, do Rio, e o de Minas, Aécio Neves, que em março visitaram a Colômbia para conhecer as experiências dos programas implantados em comunidades carentes daquele país, já podem buscar inspiração mais perto de casa. Com projeto semelhante ao desenvolvido em Bogotá, que ajudou a reduzir os índices de criminalidade na capital colombiana, um grupo de estudantes de arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais foi premiado na Europa. Cinco alunos da Escola de Arquitetura da UFMG criaram um projeto que propõe a ocupação de encostas, onde se formam a maioria das favelas, como, por exemplo, a Rocinha e Vidigal, na Zona Sul do Rio. As mudanças vão desde aumento do número de residências, mas de forma ordenada, à ampliação de áreas verdes e espaços públicos. Chamada de favela do futuro, a comunidade seria bem servida por transporte urbano e produziria alimentos, energia e empregos.
'Grelha de habitação'
Bernardo Araújo, Éder Andrés, Isabel Brant, Mateus Andreatta e Thiago Campos, orientados pela professora Maria Lúcia Malard, planejaram três tipos de construção, em metal ou concreto, dependendo do custo. A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de "grelha de habitação". A estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas, chamadas de "lotes aéreos", onde seriam construídas as casas. O espaço contaria com praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
Adaptação à topografia das favelas
"O projeto pode ser adaptado à topografia dessas favelas nas cidades. O importante é que estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade", conta Isabel. Segundoa estudante, com o aproveitamento dos espaços, que prevê melhorias das ocupações e dos serviços público prestados à comunidade, além de oferta de empregos para os moradores, a tendência é haver uma redução também nos índices de criminalidade. "Com essas mudanças, o cidadão ganha espaço organizado para viver e o estado se faz presente. É uma das premissas para combater o crime e melhorar a atuação das forças de repressão".
No espaço urbanizado, a estrutura da grelha seria dotada de sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer. O objeto do estudo foi o aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte. De acordo com Isabel Brant, a favela foi escolhida porque é um ambiente com diversos problemas, servindo de referência para adaptações em outras localidades onde a ocupação é caótica. Com o trabalho, o grupo foi finalista no concurso da International Federation for Housing and Planning (IFHP), uma das entidades mais respeitadas do mundo na área de arquitetura e urbanismo. Em setembro, eles estiveram no congresso da IFHP em Copenhague, na Dinamarca, e receberam menção honrosa da entidade pelo projeto “Uma microcomunidade resolvendo problemas globais”.
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'Grelha de habitação'
Bernardo Araújo, Éder Andrés, Isabel Brant, Mateus Andreatta e Thiago Campos, orientados pela professora Maria Lúcia Malard, planejaram três tipos de construção, em metal ou concreto, dependendo do custo. A primeira delas, destinada às moradias, ganhou o apelido de "grelha de habitação". A estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas, chamadas de "lotes aéreos", onde seriam construídas as casas. O espaço contaria com praças, espaços gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali poderiam ser instalados também edifícios públicos como postos de saúde e delegacias de polícia.
Adaptação à topografia das favelas
"O projeto pode ser adaptado à topografia dessas favelas nas cidades. O importante é que estimula a vida coletiva e se inspira em uma das grandes qualidades dessas ocupações, o sentimento de identidade entre os moradores, que se alia à vocação para a vida em grupo e a solidariedade", conta Isabel. Segundoa estudante, com o aproveitamento dos espaços, que prevê melhorias das ocupações e dos serviços público prestados à comunidade, além de oferta de empregos para os moradores, a tendência é haver uma redução também nos índices de criminalidade. "Com essas mudanças, o cidadão ganha espaço organizado para viver e o estado se faz presente. É uma das premissas para combater o crime e melhorar a atuação das forças de repressão".
No espaço urbanizado, a estrutura da grelha seria dotada de sistemas de coleta e reutilização de água da chuva, geração de energia solar e reciclagem de lixo, além de garantir a circulação de ar e entrada de luz, através dos lotes sem construção destinados ao lazer. O objeto do estudo foi o aglomerado da Serra, comunidade de 50 mil habitantes na região centro-sul de Belo Horizonte. De acordo com Isabel Brant, a favela foi escolhida porque é um ambiente com diversos problemas, servindo de referência para adaptações em outras localidades onde a ocupação é caótica. Com o trabalho, o grupo foi finalista no concurso da International Federation for Housing and Planning (IFHP), uma das entidades mais respeitadas do mundo na área de arquitetura e urbanismo. Em setembro, eles estiveram no congresso da IFHP em Copenhague, na Dinamarca, e receberam menção honrosa da entidade pelo projeto “Uma microcomunidade resolvendo problemas globais”.
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